domingo, 23 de agosto de 2015

Terminais...



Terminal Rodoviário.
Sábado a tarde, por volta das 17:00.
Estava frio.

Éramos apenas duas mãos sobre a mesa, com cafés acompanhando.
As mangas dos moletons velhos se encostavam de tal forma, que se possível, se fundiam.
Nossos dedos hora dançavam, hora se entrelaçavam.
Mas não queria se desgrudar.

Apenas o falar alheio, os carros das avenidas lá fora, e os anúncio dos alto falantes, tinham voz ali.
As nossas, estavam escondidas em algum lugar - do qual desconheço - e não se sentiam a vontade  em se manifestar nesse momento.
Oque de certa forma, não me incomodava.
Assim, ninguém  dizia o temeroso "adeus".

Até que chegou uma hora em que alto falante corrompeu nosso momento.
Com a forma mais bruta, anunciou que minha partida estava próxima.
- Eu não quero ir embora.
- Eu não quero deixar você ir embora.
- O tempo passou muito rápido, eu mal tive tempo de contar tua coleção de all stars direito.
- Mal tive tempo de apreciar os olhos vibrantes da minha mãe ao conversar com você.
Nessa hora, deitei a cabeça no seu punho, com os olhos fechados suspirei:
- Mas e agora, quando eu volto?
Seus labios estavam no meu ouvido:
- Em breve, volto lá pra te ver. Seis meses vão passar voando.
- Assim espero.

Tomei coragem e me levantei.
Peguei minhas malas, e você me acompanhou até o ônibus.
- Tenha uma boa viagem. Estarei aqui na próxima vez.
- Obrigada pelo fim de semana. Foram todos ótimos comigo. Agradeça a eles mais uma vez.
- Tudo bem... Eles amaram você.
Dei um sorriso, e você beijou minha testa.
Me virei e subi em direção aos assentos, me acomodei perto da janela.
Ao lembrar de uma coisa, a escancarei desesperadamente e disse:
- Gustavo, só mais uma coisa.
- O que?
- Sua família é incrível! Cuide bem dela!

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