quinta-feira, 27 de outubro de 2016

É meu bem, como é de se notar, eu não te apaguei das minhas memórias



“-Qual o pedido moça?
-O café expresso de sempre por favor”
Esperava sentada na mesa do mesmo quiosque (aquele que íamos toda quarta feira praticamente).
Apesar de ser o mesmo lugar, não tinha ninguém me acompanhando, aliás aquele nunca era meu pedido. Costumo tomar cappuccino com Nutella. Você é quem toma café expresso.
Acho que hoje quis mudar o cardápio para mais uma vez poder me lembrar de como era te ter por perto.

Desde a última vez que nos vimos, tenho o costume de ficar 5 minutos a mais no carro. Não pergunte o porquê, apenas saiba que isso acontece.
“-Sei que será difícil, mas pelo nosso bem precisamos nos apagar da memória um do outro.
E digo isso com muito mais intensidade a mim mesmo, afinal eu sempre fui o mais entregue.
-Guilherme você sabe muito bem que isso não vai acontecer…”
Foi a primeira briga séria..e como podemos notar hoje, também foi a última.
Depois que ouvi a porta bater naquela noite, sempre achei que chegaria em casa no dia seguinte e te encontraria sentado no sofá lendo.
Minha mente fantasiava sua volta.
Embora as ligações e mensagens fossem frequentes, com o tempo elas deixaram de existir.
Por outro lado, comecei a vir nesse café com mais frequência, na esperança de ao menos te ver.

Saio de dentro do carro com o mesmo sentimento “saudade”.
Por onde será que você anda?
Me pergunto se a pessoa que está junto de ti agora, percebe o quanto é lindo o brilho dos teus olhos quando se sente feliz.
Tomará que ela saiba valorizar as (raras) manhãs que você acorda cedo para arrumar a mesa do café.

É meu bem, como é de se notar, eu não te apaguei das minhas memórias. E nem quero isso.
Pois se tem algo a que gosto de lembrar é de como fui (e sou) feliz por ter vivido ao seu lado.
Não me arrependo de nada e espero um dia, poder olhar nos teus olhos novamente e ver se esse sentimento procede.

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