Hoje (enquanto lê isso) você esta em casa, sentada no sofá, lendo alguns de seus textos antigos.
Lembrando das coisas que já viveu.
De certa forma, sente saudade.
Recorda dos sonhos e nomes escritos a mão em uma folha de caderno rasgada.
Das noites em que dormia chorando por conta das brigas que tinha com seu
irmão mais novo (muitas delas, sem motivo e por provocação).
Você suportava tudo calada. Segurando não só as palavras
que chegavam a sua garganta, mas as lágrimas.
E quando pegavam no seu pé?
Porque alegavam que você não fazia nada.
Mas na verdade, não enxergavam o
quão cansada estava, depois de tantos currículos entregados e tantos rostos te olhando torto,
pelo seu tamanho, idade e por ainda cursar o ensino médio.
Lembra daquela festa de família em que
vazou a informação de que na
idade em que você estava, não tinha beijado e que isso era sinal de vergonha para
os outros?
Como isso doeu em você não é pequena?
Não por ser vergonha (até porque isso não era algo
digno de ser errado) mas sim porque as pessoas são incompreensíveis, a ponto
de fazerem chacota com a vida alheia.
E do quanto te lançaram fardos nas costas?
Do quanto era cobrada?
Tão nova, tão inexperiente.
Exigiam que visse o mundo com olhos que não eram os seus.
Era difícil ter sinal
de compreensão não é mesmo?
Você tinha (ainda tem!) pressa em ser feliz.
Conserva ai dentro, o sentimento mais puro: Amor.
Sorri quando olha para o céu azul (até mesmo quando ele está cinza e chuvoso).
Amava (alias ama!) passear no parque, e sentir frio na barriga quando se
perdia. Afinal se você sabe andar
pelos lugares hoje, é por conta
disso.
Queria seu tapete vermelho em uma sala pequena que coubessem dois sofás beges.
Almejava um dia encontrar esse rapaz que esta ao seu lado hoje.
Sabia o quanto a atenção e o toque são importantes para o ser humano, por isso dizia que se
fosse mãe, queria trabalhar em casa.
Bom, agora esta tudo bem.
A vida anda bem melhor viu!
Ainda gosta das mesmas coisas bobas, e continua preferindo Converse ao
invés de Vans.
Você vai conseguir.
Acredite. Deu tudo certo.
Agora você trabalha com
aquilo que realmente gosta.
E é muito feliz!
Aliás, mesmo nas dificuldades, a felicidade sempre esteve
ali presente.
Tenho orgulho de você.
Um abraço, e até breve.
Querida Eu Mesma
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